quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O FENÔMENO UFC EM JUIZ DE FORA

Artes marciais mistas ou Mixed Martial Arts (termo em inglês), o MMA vem ganhando cada vez mais força dentro do país do futebol. A modalidade consiste em, como o próprio nome diz, uma mistura de técnicas marciais, utilizadas em competições entre dois adversários, seja em torneios ou apenas para fins de exercícios. Entre os torneios mais conhecidos no mundo, o UFC (Ultimate Fighting Championship) é o maior e mais famoso deles. Dana White, antigo empresário do boxe, comprou o evento, por dois milhões de dólares e estima-se que hoje valha cerca de um bilhão da moeda norte-americana.

Diante do sucesso na terra tupiniquim, o Brasil entrou na lista dos países que sediam o evento, sendo o primeiro e único país da América do Sul a alcançar este feito. Clique no link abaixo e assista a chamada do reality show "Ultimate Fighter - Em busca de um campeão" exibido pela emissora


Muitas pessoas começaram a procurar academias que ofereciam a modalidade motivada pelas lutas exibidas na TV. Como foi o caso do estudante Jeferson Rezende, 23 anos. Fã do esporte desde os tempos em que a competição chamava-se PRIDE, o estudante já havia treinado boxe por um ano e meio e agora querendo aperfeiçoar mais sua técnica nas artes marciais começou a praticar jiu-jítsu, porém sem foco em se tornar um competidor profissional: “Praticar o esporte é uma ótima forma de disciplina e foco, além de fazer bem ao meu corpo e a minha saúde”. 

(Foto: Carolina de Paula)
Já a estudante de Engenharia Bárbara Morando diz que o sucesso do UFC na TV não influenciou diretamente na sua escolha pela prática do Muay Thai: “Comecei a lutar em 2008 e nessa época o esporte ainda era pouco difundido na mídia. Sempre gostei muito de esportes, já tinha tido contato com a capoeira e com o judô. Aí, depois de assistir a um treino fui fazer uma aula experimental e nunca mais larguei!”. A estudante, que hoje treina para o campeonato da Liga carioca de Muay-Thai, não pensa em se profissionalizar, já que no Brasil o incentivo a atletas dessa modalidade ainda é pequeno: “Para ter uma carreira de sucesso é preciso ir aos lugares certos. No Brasil a cidade de Curitiba é o lugar ideal, lá possui inúmeras academias voltadas para o profissionalismo do atleta. Já no contexto internacional o lugar certo é o Estados Unidos”. 


(Foto: Arquivo Pessoal) Bárbara com sua equipe de Muay Thai no Rio

Em Juiz de Fora uma das equipes mais conhecidas é o Bruno Carvalho Team, BCT. Formado pelos irmãos Bruno e Bruce Carvalho. Acredita-se que a equipe possui o maior número de alunos praticantes de muay-thai na cidade.
Pablo Reis é um dos professores que trabalha na equipe e fala sobre o crescimento de alunos depois que a atração passou a ser exibida na TV, como a prática do Muay Thai ajudou com a sua personalidade,e os auxílios que a prática do esporte proporciona aos praticantes: 



Porém, nem todos acham que o UFC pode ser considerado um esporte. O excesso de violência faz com que muitas pessoas tenham uma opinião negativa sobre sua prática. Para o professor de jornalismo esportivo Márcio Guerra, nenhuma prática que consiste na agressão física de pessoas pode ser considerada esporte.


Já o estudante Jeferson Rezende pensa o contrário: “O esporte não é violento, é agressivo. As pessoas que criticam esquecem que os atletas treinam para tal, o que faz com que estejam acostumadas as lutas. No UFC, por exemplo, a pior contusão foi do Minotauro contra o Frank Mir, onde ao ser pego por uma Kimura (golpe do jiu-jitsu), não bateu em desistência e teve seu ombro e um osso do braço quebrado. Tudo poderia ser evitado se ele reconhecesse que foi pego no golpe. Logo, por ser um esporte em ascensão, ainda é pouco conhecido e quem afirma que é violento, não sabe ao certo do que está falando.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

AS DIFICULDADES DO CICLISMO EM JUIZ DE FORA


Na história do ciclismo, não se sabe ao certo quando a bicicleta chegou ao Brasil, a única coisa que realmente se sabe é que as primeiras bicicletas presentes no país chegaram junto com os imigrantes europeus no final do século 19 e início do século 20. Em 1985 já era possível notar a presença expressiva de bicicletas principalmente no Sul do país e em São Paulo. E foi justamente nesses dois locais que surgiram as primeiras competições de ciclismo. Na capital paulista inclusive, foi onde surgiu o primeiro velódromo brasileiro.
 Mas foi em 1936 que o esporte ganhou notoriedade. Neste ano, a categoria estreou nos jogos olímpicos de Berlim. Em algumas edições posteriores o ciclismo ficou de fora do evento, mas desde 1980, (quando os jogos foram disputados em Moscou na Rússia), que a equipe brasileira participa de todas as edições.

Primeiro velódromo brasileiro, em São Paulo


Em Juiz de Fora, existem muitos atletas que competem profissionalmente em disputas realizadas no país. Porém a falta de incentivo á modalidade, fez com que boa parte desses atletas busque auxílio em outras cidades ou até mesmo em outros estados, para garantirem um futuro como atletas. Prova disso, é o atleta juiz-forano, André Novaes, 40.
André pratica ciclismo há 12 anos, ele é o atual tricampeão do ranking carioca, no ciclismo olímpico é o sexto colocado do ranking brasileiro. Devido a um acidente sofrido há 17 anos, acabou adquirindo uma lesão no osso do braço direito, com isso em 2009 foi convidado a participar das competições do ciclismo paraolímpico e em 2012 passou a integrar a equipe da seleção brasileira paraolímpica, tornando-se vice-campeão brasileiro paraolímpico e segundo do ranking paraolímpico. Segundo ele, as dificuldades de ter um apoio na modalidade em Minas Gerais o fizeram procurar apoio em outro local, filiando-se assim à Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro. Porem para se transferir, o atleta contou com a ajuda de meios políticos, que conseguiram uma forma de autorizar sua filiação em um estado diferente do seu estado de origem.


    
A dificuldade do esporte não vem somente da falta de incentivo na cidade. Por não ser tão popular muitos atletas sofrem também com a dificuldade em arrumar um patrocínio, já que o ciclismo possui um alto custo, que envolve a manutenção diária da bicicleta, o gasto com equipamentos (roupa adequada, sapatilha, óculos, capacete, entre outros) e viagens nacionais ou até mesmo internacionais em prol de competições. Sobre estes gastos o atleta André diz:

Já para o atleta, José Francisco Serdeira, 50, essa falta de incentivo no esporte vem de uma visão de cultura diferente entre Rio e Juiz de Fora. José Francisco começou no esporte há 30 anos, e atualmente corre na categoria master (categoria para atletas com mais de 50 anos). Ele é um dos atletas da cidade que também precisou buscar apoio na Federação do Estado do Rio. Segundo ele, o incentivo ao esporte é uma questão cultural e que deve partir da educação, de dentro da escola: “A educação é a base de tudo. Se uma pessoa não tem educação, então não tem respeito e principalmente incentivo. O incentivo tem que partir desta base, depois que isso acontecer é que teremos um bom resultado e as pessoas iram se interessar mais pelo ciclismo. Seja para manter a saúde ou para serem profissionais”.




Foto: Carolina de Paula

José Francisco mostra suas conquistas nesses 30 anos de ciclismo



Alguns anos atrás, a prefeitura elaborou  um projeto de uma ciclovia na cidade ás margens do rio Paraibuna, mas como somente 1% da população anda de bicicleta na cidade, a demanda não teria justificado a realização da obra. Segundo o atual secretário municipal de Esporte, Francisco Canalli, a prefeitura pretende construir a ciclovia, mas sem previsão para o início das obras, é que ainda não houve o cálculo de custo do projeto. Sobre o pouco incentivo em relação ao esporte e aos atletas o Secretário diz:



Se você gosta de ciclismo e se interessa pelo esporte, entre no site da Confederação Brasileira de Ciclismo e procure saber mais sobre as várias categorias presentes nesta modalidade esportiva:

E quem quiser saber mais sobre o atleta paraolímpico André Novaes, ele mantêm um blog onde informa tudo sobre as competições em que participa ao redor do Brasil e do mundo. Em junho deste ano, ele participou da Copa do Mundo de paraciclismo na Europa, passando por diversos países. No blog ele conta mais sobre essa experiência com fotos e depoimentos.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Futebol de várzea: o sonho do profissionalismo

Um estilo de futebol duro, pesado, sem frescuras. Um empurrão aqui, um carrinho ali, um palavrão para descontar uma jogada mal sucedida.  Palavras que podem definir muito bem o futebol de várzea (como é conhecido o futebol amador), mas não é só isso! Pra quem pratica este esporte a palavra que melhor descreve este estilo é o amor.
Em Juiz de Fora, um dos principais torneios de futebol amador é a Copa Prefeitura Bahamas. Disputada desde 1993, o evento sagrou-se o maior do país no gênero. A competição possui 10 categorias e atrai milhares de pessoas, que muitas vezes acordam cedo no final de semana para assistirem as partidas. Este ano o torneio reúne 346 times espalhados pelas categorias presentes. Por ser um torneio de futebol amador, os campeões de cada categoria ganham apenas o uniforme completo para a equipe e patrocínio no próximo ano.
Ricardo Wagner, além de jornalista esportivo também é o presidente da “Liga de Futebol Amador” de Juiz de Fora. A entidade que realiza eventos e competições para amadores, surgiu em 1918, fundada pelos três times mais antigos da cidade, Tupi, Sport e Tupinambás e englobava todo futebol amador e profissional da região. Até 1968, a instituição manteve a condição de liga profissional, mas com uma mudança na legislação esportiva as ligas de cidades do interior foram extintas da condição de profissional. Após 68, somente as capitais passaram a ter futebol profissional, desde então a liga de Juiz de Fora mantêm a condição de amadora. O jornalista falou sobre a principal diferença entre o futebol amador e o profissional:






Em um país onde este esporte é a grande paixão, praticá-lo de forma amadora para muitos é um motivo de lazer. Porém, na várzea alguns jogadores ainda o praticam com a esperança de um dia tornarem-se profissionais. Sobre este desejo Ricardo diz que há sim muitos olheiros em jogos de várzea, principalmente em categorias infanto-juvenis:





Walter Santos, 46, é um exemplo, jogador de um time de futebol amador há mais de 20 anos, ele ingressou na equipe movido pela vontade de tornar-se profissional. “Eu sempre tive um sonho de me tornar profissional, primeiro porque meu pai sempre jogou minha família inteira praticamente joga futebol, mas incentivo principal mesmo veio do meu pai. Ele quase conseguiu se tornar um jogador profissional, naquela época ele tentou entrar no Botafogo, mas acabou não realizando seu sonho, isso acabou passando para mim que infelizmente não consegui também, já que eu não tive o apoio suficiente e principalmente pessoas que olhassem para o meu talento”.  


(Arquivo Pessoal)
Walter Santos já teve o sonho de se tornar jogador profissional mesmo atuando em times da várzea




(Arquivo Pessoal)
"Os Morenos" equipe de futebol amador onde Walter Santos atua.



Quer saber mais sobre futebol amador? Então confira nesta matéria feita pelo telejornal "SBT Brasil" uma série com três reportagens que conta sobre curiosidades do universo do futebol amador. Neste vídeo, descobrimos mais sobre jogadores que atuam em times profissionais e que saíram do futebol de várzea. Confira!

http://www.youtube.com/watch?v=FFpMnjh0zi8